A bíblia e o adolescente
O termo adolescência não aparece nas escrituras mesmo porque não
fazia parte do vocabulário da época. Até então não era feita uma distinção
deste período. A infância e/ou juventude abrangiam esse tempo. O livro de Eclesiastes
fala dos jovens, que são vistos como
fortes, capazes de vencer o mal. Enquanto se é criança, sabemos que a pessoa
aceita os padrões e os valores dos pais sem oposição. Por isso, Pv 22:6
fala: “Ensina a criança no caminho em que
deve andar e até quando for velho não se desviará dele.”
A criança é um ser dependente, ensinável. Realmente os conceitos
aprendidos na infância são guardados e responsáveis pela estruturação do ser
humano. Várias são as exortações bíblicas aos pais quanto ao ensino dos filhos.
A correção nos momentos de erro é importante e os filhos também recebem
exortação quanto ao honrar e obedecer aos pais. O livro de Provérbios
dá inúmeros os conselhos ao "jovem", à "criança", aos
"filhos".
Em Salmos 127:3-4 lemos: “Herança do
Senhor são os filhos, o fruto do ventre, o seu galardão. Como flechas na mão do
guerreiro, assim os filhos da mocidade. Bem aventurado o homem que enche deles
a sua aljava.”
Isso mostra os filhos como
dádiva de Deus, capazes de encher de felicidade a vida dos pais. No entanto,
eles são como
flechas e isso significa que seguirão o curso de vida determinado por seus
pais. Na adolescência, os filhos buscam a independência, precisam afirmar-se.
Começam a seguir o curso de sua própria vida com base no "lançamento"
de seus pais, ou seja, e a partir do conhecimento adquirido na família e das
relações estabelecidas aleque ele irá enxergar e enfrentar o mundo.
Vejamos mais alguns versos antes de outras considerações:
Eclesiastes
11:9: “Alegre-te,
jovem, na tua juventude, e recreense o teu coração nos dias da tua mocidade.
Anda pelos caminhos que satisfazem o teu coração e agradam aos teus olhos;
sabe, porém, que de todas essas coisas Deus te pedirá conta. Afasta, pois o teu
coração desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera
da vida são vaidade.”
Eclesiastes 12:1: “Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade, antes que venha os maus dias e chegue os anos dos quais dirás: não tenho neles prazer.”
Diversas vezes encontramos exortações quanto à obediência aos pais como em Provérbios 6:20: “Filho meu, guarda os mandamentos do teu Pai e não deixes a doutrina da tua mãe. Quando caminhares isto te guiaras; quando te deitares, te guardara; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada e a instrução é luz, e as repreensões da disciplina são o caminho para a vida.”
Por ultimo relembro que o único episódio narrado de Jesus quando criança foi aos doze anos, isto é, na adolescência. A bíblia nos relata em Lucas 2:42 que, durante uma festa em Jerusalém, Jesus foi ter com os escribas e mestres da lei e, ensinava no meio deles. Seus pais iniciaram a viagem de volta para Nazaré e só então deram falta dele. Voltaram e o acharam no templo e todos se encantavam com seus ensinos sobre as escrituras. Também achamos a descrição de que ele: “crescia em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.”
Podemos assim verificar que grande é o potencial intelectual no período da adolescência. Realmente é a fase de maior desenvolvimento, considerando-se os sujeitos normais. Neste episódio da vida de Jesus, observamos algo comum na fase da adolescência: o "esquecimento" dos pais. Na minha prática com essa faixa etária, noto que os jovens reivindicam o tempo todo um cuidado da família, ainda que através da negação, oposição, rebeldia. É
É pena que a maioria dos pais pensem o contrário. Eles enxergam o adolescente crescendo e procuram afastar-se. Fazem isso em nome da "liberdade" do filho (que o mesmo exige), ou porque não se sentem adequados para acompanhar os filhos (aqui entra a idade, os complexos individuais de cada pai), ou porque querem um pouco mais de liberdade para o próprio casal, uma vez que já cuidou daquele filho por anos e agora ele pode "se virar" (neste caso, os pais podem encher o filho de responsabilidades, deixando-o mais tempo fora do lar). Essa inversão de pensamento torna-se muito prejudicial, pois, o adolescente contesta o amor dos pais (no fundo para assegurar-se dele) e, os pais, não conscientes disso, acabam por não dar ao filho essa certeza, confirmando que eles são amados apenas pelo o que fazem, mas não pelo o que são. Isso leva o adolescente a se rebelar mais, se afastando do convívio familiar, partindo para delinqüência. No entanto, sabemos que não podemos pensar de forma unilateral, enxergando a "culpa" do afastamento dos filhos
Em Provérbios 6:20, vimos que os mandamentos devem estar atados ao coração, ou seja, o jovem deve estar afetivamente ligado a eles. O guardar os mandamentos é essencial, pois,
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O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.
2 Coríntios 3:6